quinta-feira, 13 de junho de 2013

Maquete como elemento conceptivo

   A concepção de um projeto arquitetônico nasce de variadas maneiras. Há quem acredite que ela aconteça por junções de um vocabulário histórico acumulado no ideário do arquiteto. Outros defendem que o verdadeiro arquiteto utiliza-se de um programa pré-definido para dar seus primeiros toques racionais ao projeto. E há também os que a executam com a ótica da intuição. 
     De qualquer forma, modo ou circunstância que esse processo criativo se dê, o inevitável é a necessidade de se transmitir do mundo das ideias à realidade, as abstrações da intencionalidade projetual.
     Passado esse momento, muitos arquitetos dão início ao processo de desenvolvimento até o produto final apresentado ao cliente. Inclui-se neste produto a MAQUETE.
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      A maquete foi por muito tempo uma consequência de todo o desenvolvimento do arquiteto, para dar ao cliente uma visão espacial da edificação projetada. Hoje ela caminha ao lado das ideias do pensar arquitetônico. Mais que isso, ela se torna elemento de concepção. 
     Frank Gehry, por exemplo, começa a projetar desenhando um croqui, um pequeno esboço partindo para a maquete. Vai moldando com os materiais do seu ateliê as formas mais ousadas, vendo o que é possível, e no caso da arquitetura dele, o que é quase impossível e dali nasce o projeto.

http://desenhoarq.files.wordpress.com/2008/05/gehry.gif?w=364&h=262
http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/4dd3_guggenheim02.jpg

     O ideal é que a maquete aconteça junto ao projeto, e para tanto, hoje existem as maquetes virtuais. Mas não são maquetes que você precise de todo o projeto definido para então “levantar as paredes” partindo de um desenho 2D.

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São desenhos 3D que acontecem simultaneamente com a planta baixa, por exemplo. Existem programas de computador para arquitetura que você desenvolve ao mesmo tempo a planta baixa, as fachadas, as perspectivas e ainda de modo rápido os cortes. Esse tipo de suporte para o projetar permite enxergar os erros que antigamente seriam notados somente após todo o desenvolvimento. Programas assim mostram em uma maquete virtual quais são as possibilidades do elemento construtivo pensado dar certo ou não, antes de finalizar todos os desenhos. Desse modo, hoje temos uma otimização de tempo e custos muito maior.


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Texto por Marcella Guimarães. 
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo UFJF.
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.


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