domingo, 23 de junho de 2013

Brasil, de Brasília!

Estudar Arquitetura e Urbanismo te aproxima de todos os lugares, a compreensão da diversidade e da produção são pontos que precisamos nos ligar com o máximo de intimidade possível. Não são poucas as vezes que são necessárias transcender a distancia, tentar imaginar a vivencia de um espaço, olhar com focos diferentes, pensar as regiões, as culturas, crenças, história, a forma como cada coisa está em cada lugar. Exercício de esforço, não poderia imaginar pensar o espaço, sem o desprendimento do nosso próprio, e sem a negação de uma verdade sobre as coisas. 

Catedral Metropolitana de Brasília
Foto: Flaviane Silva
A infinidade de edificações, de intervenções espalhadas por todos os lados, nos enche os olhos e a vontade de ser um pouco capaz de estar em muitos lugares embriaga. De certo, impossível. Mas verdade é que todo dia buscamos a força de muitas imagens e informações, tanto do que está sendo feito, quanto daquilo que está marcado na história das cidades, quanto daquilo que existiu um dia e nos foi tirado à oportunidade de vivenciar hoje. A tecnologia ajuda muito, quem nunca viajou na arquitetura digital não sabe o que é turismo.

A imagem dos lugares nos vem com vários pontos de vista, as percepções transcendem as melhores descrições dos espaços, nos resta apreciar, e captar um pouco da verdade de cada um, até que façamos nossa imagem própria dos lugares.

Assim, conheci Brasília, tanta história, orgulho e beleza, vi nas fotos que passaram por mim durante anos, um lugar que respira imponência e formalidade, via a paisagem que mostra na plana região, um monumento a cada detalhe, que parece estar tão intimamente ligada aos desejos mais futuristas de qualquer sonhador. 

Não imagina conhecer tão rapidamente o lugar. Pois assim foi, pude viajar com a turma de Arquitetura e Urbanismo, em fevereiro de 2013, ao encontro da vivencia de Brasília, e desde a falta de curvas na paisagem, à ausência de montanhas, pude sofrer o choque do quão diferente é aquele universo.

Wagner, Claudia e Lucas - Em Catedral Metropolitana de Brasília.
Qualquer forma de tentar descrever Brasília, é falha ao explicar seu espaço, é como uma dizer uma palavra, que não consegue esclarecer uma frase, um texto ou todo um livro.

O Lugar não inspira somente a ânsia de desenvolvimento, de força e imponência, Brasília nos revela uma sensação de solenidade, a magnitude das edificações inseridas no desenho urbano de Lucio Costa, nos remete a um ritmo, uma composição, parece impossível que tenham sido feitos individualmente, mas todos de uma só vez, as fotos que antes eram montadas em minha mente, se explicaram como pequenos fragmentos de um cenário muito maior. O mais impressionante do lugar, é a identidade da paisagem, a cidade inspira uma ordem, um cotidiano mantido desde sua construção, e ao mesmo tempo muito contemporâneo. 

Flaviane e Claudia- Em uma exposição no Museu Nacional.
Quase impossível destacar algo, o "Eixão monumental", onde situam-se diversos órgãos do Governo do Distrito Federal, como o Palácio do Buriti (sede do governo local), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e a sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal o Memorial JK são todos passiveis de muitas surpresas, de se destacar a escala, que não causa vertigem, ou desconforto, são edificações que chamam a atenção justamente por se adequarem tão delicadamente a escala humana, sua grandiosidade vem da forma, da composição. 

Ao fim, além de ter uma imagem muito diferente da Cidade como um todo, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida ou Catedral de Brasília foi uma das mais gratas surpresas, sempre imaginada como um ambiente mais denso, onde a luz penetrava de forma escassa ou talvez turva, o espaço nega esse imagem formada e a arquitetura de Niemeyer acolhe com maestria .

O ambiente é um templo com a mais pura função, a reflexão, que naquele espaço vem naturalmente, ela não impõe uma distinção, é apolítica, no sentido de se desprender da idéia de religião, é um ambiente singelo, que tem uma imagem própria, que inspira arte e soa alegria. 

São muitas passos a se seguir dentro de toda constituição imaginaria e real da Cidade de Brasília, o reconhecimento mundial da Arquitetura Moderna Brasileira paira naquele céu, a única certeza de conhecer o lugar, é que entre todas as percepções, o que realça os sentidos é poder presenciar uma arquitetura que é grandiosa e ao mesmo tempo simples e acolhedora.
Texto por Claudia Reis. 
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo UFJF.
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.







Nenhum comentário: