domingo, 23 de junho de 2013

5° Conferência das Cidades - JF

PJF - 5ª CONFERÊNCIA DAS CIDADES - CONVITE

O tema central da 5ª edição é “Quem muda a cidade somos nós: reforma urbana já!”, e nele estão incluídos três linhas de trabalho: participação e controle social; reforma; e inclusão urbanas. Esses temas são trabalhados em eixos conforme definido pelo Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano (SNDU).

O Arq.to/ Professor Mauro Santoro Campello participou da organização da 5° Conferência das Cidades - Etapa Juiz de Fora como representante do Núcleo JF do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento Minas Gerais (IAB/MG).

No último dia da Conferência o Professor Mauro foi eleito delegado como represente do Núcleo JF - IAB/MG para participar da 5° Conferência das Cidades de Minas Gerais. 

Foram discutidos 5 eixos. Os eixos são maneiras didáticas de permitir que temáticas complexas sejam refletidas por grupos específicos de modo a dar conta de todas as particularidades do tema global de cada evento. Os eixos foram:
Eixo 1 – Participação e Controle Social no Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano - SNDU;
Eixo 2 - Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano – FNDU;
Eixo 3 - Instrumentos e Políticas de Integração Intersetorial e Territorial;
Eixo 4 - Políticas de Incentivo à Implantação de Instrumentos de Promoção da Função Social da Propriedade;
Eixo 5 - Prioridades para as Agendas Nacional, Estadual e Municipal de Desenvolvimento Urbano, no período de 2014 a 2016.




Algumas fotos do Grupo Rearq e momentos da Conferência:











Brasil, de Brasília!

Estudar Arquitetura e Urbanismo te aproxima de todos os lugares, a compreensão da diversidade e da produção são pontos que precisamos nos ligar com o máximo de intimidade possível. Não são poucas as vezes que são necessárias transcender a distancia, tentar imaginar a vivencia de um espaço, olhar com focos diferentes, pensar as regiões, as culturas, crenças, história, a forma como cada coisa está em cada lugar. Exercício de esforço, não poderia imaginar pensar o espaço, sem o desprendimento do nosso próprio, e sem a negação de uma verdade sobre as coisas. 

Catedral Metropolitana de Brasília
Foto: Flaviane Silva
A infinidade de edificações, de intervenções espalhadas por todos os lados, nos enche os olhos e a vontade de ser um pouco capaz de estar em muitos lugares embriaga. De certo, impossível. Mas verdade é que todo dia buscamos a força de muitas imagens e informações, tanto do que está sendo feito, quanto daquilo que está marcado na história das cidades, quanto daquilo que existiu um dia e nos foi tirado à oportunidade de vivenciar hoje. A tecnologia ajuda muito, quem nunca viajou na arquitetura digital não sabe o que é turismo.

A imagem dos lugares nos vem com vários pontos de vista, as percepções transcendem as melhores descrições dos espaços, nos resta apreciar, e captar um pouco da verdade de cada um, até que façamos nossa imagem própria dos lugares.

Assim, conheci Brasília, tanta história, orgulho e beleza, vi nas fotos que passaram por mim durante anos, um lugar que respira imponência e formalidade, via a paisagem que mostra na plana região, um monumento a cada detalhe, que parece estar tão intimamente ligada aos desejos mais futuristas de qualquer sonhador. 

Não imagina conhecer tão rapidamente o lugar. Pois assim foi, pude viajar com a turma de Arquitetura e Urbanismo, em fevereiro de 2013, ao encontro da vivencia de Brasília, e desde a falta de curvas na paisagem, à ausência de montanhas, pude sofrer o choque do quão diferente é aquele universo.

Wagner, Claudia e Lucas - Em Catedral Metropolitana de Brasília.
Qualquer forma de tentar descrever Brasília, é falha ao explicar seu espaço, é como uma dizer uma palavra, que não consegue esclarecer uma frase, um texto ou todo um livro.

O Lugar não inspira somente a ânsia de desenvolvimento, de força e imponência, Brasília nos revela uma sensação de solenidade, a magnitude das edificações inseridas no desenho urbano de Lucio Costa, nos remete a um ritmo, uma composição, parece impossível que tenham sido feitos individualmente, mas todos de uma só vez, as fotos que antes eram montadas em minha mente, se explicaram como pequenos fragmentos de um cenário muito maior. O mais impressionante do lugar, é a identidade da paisagem, a cidade inspira uma ordem, um cotidiano mantido desde sua construção, e ao mesmo tempo muito contemporâneo. 

Flaviane e Claudia- Em uma exposição no Museu Nacional.
Quase impossível destacar algo, o "Eixão monumental", onde situam-se diversos órgãos do Governo do Distrito Federal, como o Palácio do Buriti (sede do governo local), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e a sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal o Memorial JK são todos passiveis de muitas surpresas, de se destacar a escala, que não causa vertigem, ou desconforto, são edificações que chamam a atenção justamente por se adequarem tão delicadamente a escala humana, sua grandiosidade vem da forma, da composição. 

Ao fim, além de ter uma imagem muito diferente da Cidade como um todo, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida ou Catedral de Brasília foi uma das mais gratas surpresas, sempre imaginada como um ambiente mais denso, onde a luz penetrava de forma escassa ou talvez turva, o espaço nega esse imagem formada e a arquitetura de Niemeyer acolhe com maestria .

O ambiente é um templo com a mais pura função, a reflexão, que naquele espaço vem naturalmente, ela não impõe uma distinção, é apolítica, no sentido de se desprender da idéia de religião, é um ambiente singelo, que tem uma imagem própria, que inspira arte e soa alegria. 

São muitas passos a se seguir dentro de toda constituição imaginaria e real da Cidade de Brasília, o reconhecimento mundial da Arquitetura Moderna Brasileira paira naquele céu, a única certeza de conhecer o lugar, é que entre todas as percepções, o que realça os sentidos é poder presenciar uma arquitetura que é grandiosa e ao mesmo tempo simples e acolhedora.
Texto por Claudia Reis. 
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo UFJF.
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.







sexta-feira, 14 de junho de 2013

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Maquete como elemento conceptivo

   A concepção de um projeto arquitetônico nasce de variadas maneiras. Há quem acredite que ela aconteça por junções de um vocabulário histórico acumulado no ideário do arquiteto. Outros defendem que o verdadeiro arquiteto utiliza-se de um programa pré-definido para dar seus primeiros toques racionais ao projeto. E há também os que a executam com a ótica da intuição. 
     De qualquer forma, modo ou circunstância que esse processo criativo se dê, o inevitável é a necessidade de se transmitir do mundo das ideias à realidade, as abstrações da intencionalidade projetual.
     Passado esse momento, muitos arquitetos dão início ao processo de desenvolvimento até o produto final apresentado ao cliente. Inclui-se neste produto a MAQUETE.
http://www.arquitetonico.ufsc.br/wp-content/uploads/maquete51.jpg

      A maquete foi por muito tempo uma consequência de todo o desenvolvimento do arquiteto, para dar ao cliente uma visão espacial da edificação projetada. Hoje ela caminha ao lado das ideias do pensar arquitetônico. Mais que isso, ela se torna elemento de concepção. 
     Frank Gehry, por exemplo, começa a projetar desenhando um croqui, um pequeno esboço partindo para a maquete. Vai moldando com os materiais do seu ateliê as formas mais ousadas, vendo o que é possível, e no caso da arquitetura dele, o que é quase impossível e dali nasce o projeto.

http://desenhoarq.files.wordpress.com/2008/05/gehry.gif?w=364&h=262
http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/4dd3_guggenheim02.jpg

     O ideal é que a maquete aconteça junto ao projeto, e para tanto, hoje existem as maquetes virtuais. Mas não são maquetes que você precise de todo o projeto definido para então “levantar as paredes” partindo de um desenho 2D.

http://blog.3dm.com.br/wp-content/uploads/2012/06/3dm_maquete_eletronica_tapa_017-1024x512.png
São desenhos 3D que acontecem simultaneamente com a planta baixa, por exemplo. Existem programas de computador para arquitetura que você desenvolve ao mesmo tempo a planta baixa, as fachadas, as perspectivas e ainda de modo rápido os cortes. Esse tipo de suporte para o projetar permite enxergar os erros que antigamente seriam notados somente após todo o desenvolvimento. Programas assim mostram em uma maquete virtual quais são as possibilidades do elemento construtivo pensado dar certo ou não, antes de finalizar todos os desenhos. Desse modo, hoje temos uma otimização de tempo e custos muito maior.


http://1.bp.blogspot.com/_6Q4_x8C7Qc/SxMR2nNF_fI/AAAAAAAAAH0/ujXovpsO8WI/s1600/Autodesk+Revit+Arch+2010_02_User_Interface_Full.jpg

Texto por Marcella Guimarães. 
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo UFJF.
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sketchbook


    Um pequeno caderno de desenhos e anotações é obrigatório na mochila de todo estudante de arquitetura. Quem nunca passou por aquele momento em que uma boa ideia surge, e você precisa ali, rápido, de um pedacinho de papel, para passar tudo o que imaginou antes que se esqueça? O ideal é que ele seja pequeno, fácil de carregar, do tamanho A5 ou menor, com capa e sem pauta , assim a qualquer hora em que ocorrer uma ideia, a folha e o lápis estão prontos para o rabisco.

      O sketchbook também é muito usado para anotações do dia a dia como uma frase interessante ou desenhos de algo que vimos na rua. Essas anotações são utilizadas como um meio de estudo e servem de referência para projetos posteriores. Ali desenvolvemos raciocínios, solucionamos problemas de projeto, colecionamos ideias e experimentamos formas.

Caderno de croquis de Le Corbusier.

    Le Corbusier levava seu skechbook em suas viagens e o enchia de croquis e comentários, anotava suas impressões e descobertas. Nele demonstrava como convertia suas novas experiências em projetos originais e muito pessoais.

      Esses cadernos não precisam seguir uma lógica ou seguir uma separação por categoria. Geralmente estão numa desordem que só pode ser entendida pelo próprio dono. Esse espaço em branco só seu, permite uma liberdade sem compromisso com o acerto, na tentativa de capturar rapidamente os elementos arquitetônicos com esboços, de maneira espontânea, a estimular a criatividade para seus projetos.


Sketchbooks de alunos do Curso de Arquitetura da UFJF.



Texto por Érica Figueira. 
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo UFJF.
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Residência Romeu Arcuri


Página de apresentação do Relatório.
  
         Para a disciplina de “Patrimônio Histórico I” oferecida pelo curso de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, é proposto um trabalho pelo Professor Marcos Olender no final do período, que consiste na elaboração de um dossiê de tombamento no caso de um bem material ou registro se for um bem imaterial, este trabalho seria usado no processo já iniciado na DIPAC (Divisão de Patrimônio Cultural).
      O tema referente ao dossiê é sobre a “Residência Romeu Arcuri”, projetada por Arthur Arcuri, engenheiro Juiz-forano que teve grande importância para a modernização da cidade de Juiz de Fora com sua arquitetura moderna.
         Arthur Arcuri é considerado pioneiro do Movimento na cidade, projetou vários objetos arquitetônicos que são importantes para a preservação da memória da cidade, sendo assim, é tratado no dossiê sobre o Movimento Moderno no Brasil, história sobre Arthur Arcuri, apresentação do bem citado e motivo da importância de se preservar a obra.
      A leitura do trabalho citado, feito pelo grupo de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, Caio Augusto, Fernanda Portela, Helena Gouvêa e Wagner Lawall para a disciplina ministrada pelo Professor Marcos Olender.
          Para ter acesso ao arquivo, click AQUI.
Trecho do Documentário sobre a Vida e Obra, do Engenheiro e autodidata arquiteto Arthur Arcuri.



Texto apresentado e disponibilizado por Wagner Lawall. 
Graduando em Arquitetura e Urbanismo UFJF
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.





quinta-feira, 6 de junho de 2013

O Sexto Sentido

 
Imagem de http://eduardoaugusto-irib.blogspot.com.br
   Não. Este texto não se trata do ótimo filme de suspense protagonizado por Bruce Willis na década de 90. E sim. O conteúdo desde texto aborda a arquitetura como tema. Mas não a arquitetura tratada como a arte de projetar edifícios ou qualquer outra baboseira escrita em dicionário. A arquitetura como um sentido, uma habilidade inata do ser humano.
    Todo mundo é arquiteto. A única diferença é que alguns estudam a fundo e se formam em arquitetura. Muitos ficariam possessos ao ler esta afirmação, mas é isso que faz da arquitetura algo que transcende uma simples área de atuação profissional. A arquitetura se faz presente em tudo que há neste planeta. Mas como? Simples. Arquitetura trata, no seu cerne, de organização de elementos visando um estado mais agradável. E assim fazem as bactérias e seres microscópicos, que se unem para se alimentarem e se reproduzirem. Assim fazem os átomos, que se juntam para formar a estrutura molecular. Assim fazem as células, agrupadas e conectadas, dando conjunto a um tecido ou órgão. E assim faz o homem, que organiza o espaço à sua maneira para conseguir sobreviver à natureza.

Imagem de: http://www.correio24horas.com.br
   Portanto, a arquitetura está tanto no arquiteto que projeta uma garagem próxima à área de serviço para que seu cliente não atravesse a casa inteira com sacolas de compra, como no simples ato de deixar o celular na cabeceira para que não se precise levantar para desligar o despertador de manhã. E isso, as pessoas fazem por instinto. Ninguém gosta de levantar pela primeira vez no dia correndo para desligar o despertador que está do outro lado do quarto. Este tipo de organização, ou aquele que se faz no armário de roupas e nas gavetas, é arquitetura, por mais corriqueiro que se pareça.
   Assim, pode-se concluir que a arquitetura, da mesma forma que ver e escutar, é algo que se faz naturalmente, sem requerer esforços de pensamento algum. É da natureza do homem e de qualquer ser vivo dispor os elementos ao seu redor da melhor maneira possível. Por isso, este ato de organizar, inerente a qualquer um, mostra que arquitetura não é uma arte ou uma ciência, é muito mais do que isso.

Texto por Gabriel Micherif, 
Graduando em Arquitetura e Urbanismo UFJF
Membro do Grupo de Pesquisa REARQ.